Jesus
nos ensinou a chamar a Deus de Pai.
Entretanto,
somente Ele, Jesus, é o Filho Unigênito de Deus. O único gerado eternamente no
Pai. Ele é o Filho com "F" maiúsculo, por assim dizer. Jesus
estende então a paternidade divina de seu Pai para conosco, e se torna,
portanto, nosso Senhor, mas também nosso irmão. É como se estivéssemos órfãos,
e, em Cristo, passássemos a ser filhos por adoção (Gálatas 4.5).
Daí,
precisamos entender que ter a Deus por Pai não é uma condição natural do ser
humano, mas sim um privilégio que o Senhor estende para com aqueles que O
acolhem (Leia João 1.12).
Ter
a Deus por Pai significa que n'Ele temos a fonte de toda vida, de todo amor, de
toda alegria. Ele é a base de nosso Ser. É d'Ele que temos toda provisão para a
nossa verdadeira vida.
E
ele não é somente o meu Pai, mas também do meu irmão, por isso, é
"nosso". Ele se deu inteiramente por cada um de nós, e nos deu o
melhor de Si, que foi seu Filho. Se o Pai é nosso, significa que somos uma
comunidade de irmãos. Por isso precisamos nos esforçar para que a cada dia
vivamos, cada vez mais em comunidade, a realidade do Reino. Ninguém no Reino é
solitário.
E
Ele "está no céu". Profundo paradoxo. Tê-lo por Pai, significa que
Ele é próximo. Mas que "está no céu", significa que é transcendente,
ou seja, está para além da nossa realidade. Isso dá um profundo equilíbrio
entre sua proximidade e sua transcendência. Acredito que é somente assim que
temos um relacionamento correto com Ele. Nem próximo ao ponto de banalizar o
relacionamento, mas também nem tão distante a ponto de não alcança-lo. Alguém
já disse certa vez que Ele é o Totalmente Outro mais próximo de mim mesmo do
que eu sou. E é assim que deve ser. Sua transcendência também é um alerta
contra toda forma de idolatria, pois nada há no mundo que possua em perfeição
todos os atributos que são d"Ele!
Assim
sendo, a cada dia, devo me esforçar para aprofundar esse relacionamento com o
Pai, por meio da oração. Mas também devo me esforçar para viver em comunidade,
por reconhecer que faço parte de uma irmandade que está debaixo da mesma
paternidade divina. E se Ele está no céu, recuso-me a reconhecer nesta vida
qualquer coisa que reivindique se assemelhar a Ele e querer algum tipo de
adoração para si.
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