sábado, 20 de maio de 2017

Características (também) maternas no Espírito Santo em nosso favor

Na antiguidade era comum termos nas diversas religiões a imagem de alguma deusa, uma figura feminina para os fiéis. Diana, a deusa dos Efésios; Afrodite, a deusa do amor para a mitologia grega; Ísis dos egípcios; Iemanjá, a deusa do mar para algumas vertentes espíritas, entre outras.

No catolicismo romano, todos sabemos, temos a figura de Maria, mãe do nosso Senhor, que é venerada acima de todos os santos. No catolicismo popular, hoje, ela é considerada medianeira, intercessora, consoladora, advogada, corredentora. Ou seja, são elementos improváveis pelas Escrituras Sagradas, mais devedores à tradição católica, e que está muito distante da concepção evangélica atual.

Mas e no protestantismo? Será que temos alguma figura feminina da qual celebrar? Parece que nossa expressão, desde o judaísmo, é um tanto quanto patriarcal, com o Pai no centro.

E de fato, Jesus nos ensinou a chamar o seu Pai de nosso Pai. Daí, não se possível, a meu ver, querer transmutar em nossa Mãe. Em seu evangelho, Jesus revela a Deus como nosso Pai. Caso quisesse, poderia ter dito que era nossa mãe, mas assim não o fez, de modo que eu, particularmente, não apoio traduções nas Escrituras que na oração do Pai nosso queiram chamar Deus de nosso Pai/Mãe, ou coisa do tipo.

Mas e daí? Por conta disso, ficaremos sem uma figura materna em nossa espiritualidade?

Bom. Particularmente, gostaria de propor uma alternativa para todos nós evangélicos. Que nós enxergássemos e apreciássemos aquelas características em Deus, mais precisamente no Espírito Santo, que se aproximam de características maternas. Eu não acho que seja impreciso falar desse modo, tendo em vista que Deus é a fonte de todo bem, inclusive das maravilhosas características maternas de toda boa mãe.

Uma mãe é aquela que, pelo menos do ponto de vista biológico, gera vida, traz a luz filhos. São momentos de intimidade, alegria, e mesmo de dor que somente uma mãe poderia sentir, experimentar e explicar. Também são momentos de dores, muitas vezes. Assim também o Espírito Santo é aquele que nos faz nascer de novo (Jo 3.5-6), é Aquele que realiza esse milagre em nós. Também creio que não é algo que ocorra sem sofrimento naquele que é a própria Pureza absoluta. É um milagre que só ele pode operar, podendo nesse processo utilizar vidas, uma vez que o próprio Paulo dizia sofrer as dores de parto até que Cristo fosse gerado em seus discípulos. Grande é esse mistério da fé, o da nossa regeneração no Senhor por intermédio do Espírito Santo!

Uma outra característica de uma boa mãe é que ela corrige seus filhos quando andam errados, educando-os, trazendo-os de volta à luz. Assim também o Espírito é Aquele que nos convence do pecado (Jo 16.8), e creio eu, não faz isso somente com incrédulos, mas principalmente conosco, os crentes também. Nos alerta quando pecamos, falhamos, damos um fora e nos traz para mais perto da verdadeira Luz do mundo, que é nosso Senhor. Bendito seja Deus pelo seu Espírito que sempre nos conduz. Paulo disse que aqueles que são conduzidos pelo Espírito são filhos de Deus!

Nossa mãe é a nossa mestra, que desde os primeiros anos de vida, vais nos ensinando o caminho do bem. Assim também o Espírito Santo é aquele que Jesus disse que nos guiaria em toda a verdade (Jo 16.13), afinal, Ele é o Espírito da verdade! Em tudo precisamos nos manter ensináveis diante do Santo Espírito! O que é muito interessante é que Jesus disse que, quando partisse, não deixaria os seus discípulos ficarem órfãos! E é por isso que o Espírito pode assumir características tão maternas, de certa forma. O Espírito cuida  de nós!

Mãe também é aquela que consola em um momento de tristeza! Que coisa melhor que um colinho da mãe, não é mesmo? Pois o Espírito Santo também é chamado de consolador (Jo 14.14-17)! É aquele que caminha ao nosso lado, não nos deixa, não nos abandona. Por maior que seja a tristeza, ele permanece para nos consolar! Por isso podemos suportar tantas coisas tristes que não raramente ocorrem para com o povo de Deus!

Finalmente, nossa mãe é aquela que, se precisar, intercede por nós diante das nossas dificuldades, enrascadas e outras coisas que nos enroscam. Nossa mãe luta por nós! Assim também o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rom 8.26). Nós não sabemos orar como convém, e não raramente nos metemos em enrascadas. Pois o Espírito intercede ao Pai por nós a partir de nós! Algo maravilhoso e inexplicável. Assim como uma mãe nos conhece profundamente, mais ainda o Espírito Santo, e este também conhece as profundezas do Pai, e leva nossas causas diante do Pai.

Esses, entre muitos outros, podem ser considerados aspectos maternos no cuidado que o Espírito tem para conosco. Que possamos, por isso, amar e obedecer esse Espírito bendito, que sempre cuida de nós!


Deus abençoe!


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