quarta-feira, 26 de abril de 2017

O Cristo ressurreto aparece aos discípulos!

Jesus recupera o ministério de Tomé


Leitura: João 20.19-30

O que podemos aprender da narrativa da aparição de Jesus aos seus no primeiro dia da semana?

1 – Jesus é aquele que transforma o medo em alegria!

Os discípulos estavam trancados em uma casa, com medo dos judeus! Jesus lhes aparece, se colocou no meio deles, e disse: “Paz seja convosco”. A paz é o primeiro dom do Jesus ressurreto aos discípulos amedrontados. Todo o medo é transformado em alegria. O Senhor é aquele que pode entrar no profundo do interior de um coração trancado e transmutar nossos sentimentos mais negativos em paz e alegria!

2 – Jesus é aquele que envia os seus discípulos em missão.

“Assim como o Pai me enviou eu envio a vós” (vers. 21). Ele retomou o seu projeto original! Não deixou nada pela metade! Seu plano desde o início era o de deixar continuadores para a sua obra! Continuou amando os seus até o fim, e assim ainda faz nos dias de hoje, capacitando e enviando pessoas para continuar a missão.

3 – Jesus é aquele que concede o Espírito Santo.

“Recebei o Espírito Santo”. Ele não deixou os discípulos sozinhos, órfãos. Agora Jesus, pelo Espírito, vai habitar dentro de cada um deles. Esse Espírito os irá consolar, direcionar e capacitar. Jesus dá uma ordem, e também as condições para que tudo seja realizado!

4 – Jesus é aquele que dá dons aos homens.

“Se de alguns perdoardes os pecados, serão perdoados”. Os discípulos possuem agora a chave que abre a porta dos céus. Não está mais com os doutores e fariseus, que não entravam, e não deixavam outros entrar. Os apóstolos deveriam pregar arrependimento e a fé em Jesus. Se alguém acreditasse, sobre esse deveria ser proclamado o perdão dos pecados. Se alguém se recusasse, haveria de ser dito que sobre os tais permanecia a ira de Deus.

5 – Jesus é aquele que recupera o ministério do discípulo incrédulo.


Na primeira aparição de Jesus, Tomé não se encontrava. Onde ele estava? Não sabemos. Só sabemos que ele, além de perder tudo o que ocorrera, ainda duvidou de seus irmãos. Entretanto, Jesus é tão misericordioso, que, contado oito dias, no próximo domingo, Jesus reaparece, talvez com um dos intuitos principais de recuperar o ministério de Tomé, que reconhece Jesus como Senhor e Deus. Aqui talvez seja um sinal de que não devamos, enquanto discípulos, abandonar a comunhão dos irmãos notadamente no primeiro dia da semana, considerado como o dia do Senhor desde os primórdios do cristianismo.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Jesus, o nosso exemplo de humildade!



Filipenses 2.5-11

5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.


5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,

O apóstolo Paulo escreveu aos filipenses para que esses tivessem o mesmo sentimento/motivação/mente que houve em Cristo Jesus para quando este realizou os atos relativos à salvação. Ou seja, definitivamente Jesus é o modelo de humildade e auto esvaziamento que deveremos seguir. Obviamente, nós não conseguiremos imitá-lo em seus atos redentivos, pois estes só a ele pertencem. Mas podemos imitá-lo em suas motivações.

6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus (Almeida Revista e Atualizada);
6 que, embora sendo Deus[8], não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se (Nova Versão Internacional);

Subsistindo = existindo em uma forma igual a Deus = termo grego “morphe” = “se refere àquilo que é anterior, essencial e permanente na natureza de uma coisa ou pessoa” (Hendriksen).

“não julgou como usurpação o ser igual a Deus” = em muitas ocasiões, ele manifestou sua condição divina = João 10.30; 14.9; 17.5.

Essa frase também recebe a seguinte tradução = “não considerou sua existência numa-forma-igual-a-Deus como algo a que deveria se apegar (Hendriksen – parecida com a NVI)”

Ou seja, creio que podemos interpretar no sentido de que Jesus afirmou sua divindade, não verificando que isso seria um ato de usurpação, mas que ele não se apegou à sua condição divina – ou seja, por isso encarnou-se.

7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
Antes “a si mesmo se esvaziou”. Se esvaziou do que? Se esvaziou da sua existência-numa-forma-de-igualdade-a-Deus” (Hendriksen), mas nunca deixou de ter a sua natureza divina.

Segundo Herdriksen, Cristo renunciou:

1)   Sua relação favorável à lei divina: se tornou pecado por nós, carregando nossa culpa; 

2)    Suas riquezas: se fez pobre por amor a nós (2 Co 8.9). Ele sempre estava pedindo algo emprestado. Um lugar para nascer, um lugar para pernoitar, um barco para pregar, um animal para montar, uma sala para cear, um túmulo para ser sepultado.

3)    Sua glória celestial (Jo 17.5); 

4)    O livre exercício de sua autoridade: “aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu (Hb 5.8)

Mas em tudo isso, continuou em sua natureza divina. Ele continuou onipresente? Onisciente? Ele precisou aprender a andar, falar, caminhar? Ele tinha conhecimento de todas as coisas no mesmo sentido de que o Pai? Há muitas discussões acerca desses questionamentos, um grande mistério.

“Assumindo a forma de servo” = ele veio realmente para ser o servo de todos (Lc 22.27), determinou, após lavar os pés dos discípulos que estes deveriam lavar os pés uns dos outros (Jo 13.12-15), conforme morreu por todos na cruz, seu maior dom à humanidade. De qualquer modo, entendemos que ele assume a forma de servo sem em nenhum momento deixar a sua divindade.

Tornando-se em semelhança dos homens: ele assumiu para si a natureza humana, entretanto com duas diferenças: desde a sua concepção a sua natureza divina e humana estavam unidas (porém, não misturadas), e mesmo possuindo um corpo com a natureza humana como a nossa (debaixo da queda, ou seja, com os resultados do pecado humano, porquanto sujeita à morte), essa carne não era inerentemente pecaminosa como a nossa, ou seja, ele não teve pecado algum (Hebreus 4.15).

Há quem sustente que, como Jesus é mencionado como sendo o segundo Adão, ele assumiu uma natureza humana igual ao do primeiro Adão, ou seja, antes da Queda, daí sua natureza humana não ser pecaminosa como a nossa, embora ele seja humano como nós, porém, sem as manchas da queda. Os que isso afirma, não entendem que Adão fora criado com uma natureza humana imortal.

Jesus terá agora uma natureza humana para toda a eternidade.

“e reconhecido em figura humana/na forma de um ser humano”: a ideia é a de que todos viram ele como um ser humano mesmo: foi bebê, cresceu, teve irmãos e irmãs, profissão, teve momentos de tristeza e mesmo de ira, chorou, foi em festas, etc.  

8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.

Jesus se humilhou, muito antes de ser humilhado por qualquer outra pessoa. Foi um ato voluntário de se fazer inferior aos demais. Ele também se fez obediente em todos os momentos, em relação ao Pai, e isso até à morte, e não a uma morte qualquer, mas morte de cruz.

Em Roma, a morte de cruz não poderia ser aplicada a um cidadão romano. Era considerada ultrajante. Paulo, por exemplo, não poderia ser executado dessa forma. Também era considerada uma morte maldita, pois “maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt 21.23), e Cristo se fez maldição por nós (Gl 3.13).

“Assim, enquanto estava pendente na cruz, embaixo Satanás e suas hostes o assaltavam; em volta, os homens escarneciam; de cima Deus o cobria com um manto de trevas, símbolo da maldição; de dentro, prorrompia o amargo grito: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? De fato, Cristo desceu a esse inferno, o inferno do Calvário” (Hendriksen).

Logo, se Cristo se humilhou tanto, não é demais que os filipenses, e cada cristão se humilhe para com o seu irmão, pois sempre será em uma medida inferior daquilo que o próprio Cristo realizou.

Reflexões:

Há algo em sua vida que precise expressar um pouco dessa mesma humildade que Cristo teve, à serviço dos irmãos?

Você tem agido com um verdadeiro servo, ou tem se servido da vida de seus irmãos?

Como você acha que é visto pelos seus irmãos? Como alguém humilde e maduro, ou como alguém mais inseguro, que constantemente precisa se auto afirmar?

Sua presença no meio dos irmãos produz paz, fazendo com que os dons se desenvolvam em harmonia, ou tensão, por motivos de discordância, disputa, entre outras coisas?

quarta-feira, 19 de abril de 2017

A nossa verdadeira fonte de Alegria



Por Mariana Araújo


Existem alguns "ladrões" da Alegria na vida daqueles que já conhecem Jesus.

1.º As Circunstâncias (Filipenses 1-12)

Podemos ter como exemplo a vida de Paulo, todos os momentos em que ele está na prisão e passa tendo dor, sofrimento e sendo humilhado são de alguma forma para contribuírem para o anuncio do Evangelho e mesmo diante de situações horríveis ele não deixa de se alegrar no Senhor. As circunstancias vem, as vezes através de doenças, de uma perda, de um sonho que ainda não se realizou, de um filho ou parente com vícios, enfim, ela vem, mais ela não pode nos tirar a alegria que vem do Espirito Santo de Deus.

2.º Os Bens Materiais ( Filipenses 3-19)

Em Filipenses vemos  a citação do autor quando fala que suas ambições será sua perdição por se preocuparem com as coisas terrenas.  A nossa sociedade nos bombardeia com isso, fazendo com que pensemos que a conquista dessas coisas são de extrema importância. Sim elas são importantes, mais não podem ser meu foco.

“ O dinheiro é um excelente Servo, a final precisamos deles para nos manter de alguma forma. Mais sendo um bom servo o dinheiro é um péssimo patrão, traz a destruição a muitas famílias, pais que trabalham dia e noite para prover o sustento e não conseguem desfrutar dessa primazia linda instituída pelo Senhor.

3.º Ansiedade (Filipenses 4- 6 e 7)

A ansiedade acontece quando nos afastamos de Deus, quando perdemos nossa comunhão com ele. A Ansiedade vem pela falta de fé, por não acreditar naquilo que o senhor me diz.

Se por acaso ela vier, e tentar roubar a tua alegria, lembre se o remédio esta lá na carta de 1° Pedro 5-7 “ lançado sobre ele toda a vossa ansiedade, por que ele tem cuidado de vos”

4.° As pessoas

Pessoas são complicadas, cada uma com uma personalidade diferente, pensamentos diferentes, que ferem, machucam, decepcionam isto é fato. Somos assim, eu você e todos. Por isso se dizemos que amamos a Cristo hoje é por que ele nos amou primeiro, mesmo eu e você não merecendo.

“ Quantas vezes deixo de fazer algo que o Senhor me pede por causa das pessoas? Não responda!!!!. Muitas vezes não. Então pensemos que se digo que Jesus é importante para mim, por que deixo de fazer algo por causa de alguém? Afinal quem é mais importante então?  Em Mateus 22 – 37 Jesus nos diz que temos que amar o nosso Senhor Deus de todo o nosso coração, de toda nossa alma e de todo nosso entendimento.  Assim que conclusão eu tenho, a quem tenho amado mais? Quem me importa mais?

Portanto a alegria deve ser transcircunstancial isto é, vai alem das circunstâncias. “ Ser cristão não é ser poupado dos problemas, mais sim ser consolado por Deus durante o problema. Ser cristão não é ter uma vida de bonança, mais sim ter paz durante a tempestade.

A alegria deve ser Cristocêntrica, isto é, ter cristo no centro sempre.

Um homem sem Jesus até pode experimentar momentos de alegria, de prazer, mais a verdadeira alegria, a alegria eterna e duradoura que vai alem de qualquer coisa somente aquele que realmente conhece a Cristo pode experimentar.

Por isso a minha alegria, meus sorrisos, não podem depender de circunstâncias, de ansiedade, de bens materiais, de pessoas, a minha alegria , deve estar concentrada em alguém, o único e capaz de preencher qualquer vazio e esse alguém se chama Jesus Cristo.


Que assim seja em nossas vidas, que a Alegria do Senhor sempre esteja conosco. 

Não se faça escravo de homens

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Filipenses 2.1-4 – Buscando viver em harmonia comunitária




1 Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias,
2 completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.
3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.


Comunidades eclesiásticas, por melhores que sejam, podem apresentar problemas, como os a seguir:

- doutrinários;

- relacionais;

- pessoas achando que seu dom ministerial é o mais importante;
- gente querendo que sua vontade prevaleça sobre a dos demais:?
- pessoas que querem acumular todas as funções para si, tendo problema em delegar para os outros;
- fazer coisas para vanglória, para se aparecer;

Parece que com os filipenses não era diferente. Paulo introduz o capítulo com algumas características que espera que existam na igreja dos filipenses:

1 – “Se há, pois, alguma exortação em Cristo”: podendo aqui exortação (paraklesis) ter o sentido de “conforto”, “ânimo” e “consolação”, realizados em Cristo Jesus.

2 – “alguma consolação de amor”: uma disposição para viver conjuntamente o amor/afeição/benevolência/consideração/boa vontade/caridade (ágape) de Deus.

3 – “alguma comunhão do Espírito”: se há realmente uma comunidade que tem bebido da mesma fonte, vivendo em comunhão/partilha/intercâmbio social (koinonia). A comunidade é uma realidade criada pelo Espírito.

4 – “se há entranhados afetos e misericórdias/compaixões”: algo que vem do interior de cada qual para com todos.


2 completai a minha alegria


Ou seja, se é para completar a alegria do apóstolo, significa obviamente que ainda não estava completa. Algo faltava. Tinha problemas. Mas agora ele irá dar instruções para o que precisa ser feito a fim de se viver bem em comunidade.

Atos voltados para a unidade dos irmãos (vers. 2):

1 – Penseis a mesma coisa (ARA) /sintais o mesmo (ARC): certamente não se está a dizer ter literalmente pensamentos iguais, mas sim os mesmos objetivos de harmonia enquanto vivendo em comunidade;

2 – Tenhais o mesmo amor (ARA) / tendo o mesmo amor (ARC): certamente nem todos têm o amor na mesma intensidade, mas todos devem buscar a mesma fonte de amor, que é Deus.

3 – Sejais unidos de alma (ARA) / tendo o mesmo ânimo (ARC): unidos em intenção de viverem em unidade. De mesma mentalidade; unidos em paz e harmonia. Essa palavra synpsychos (sin = junto + psyche = alma) só é encontrada aqui no N.T.

4 – Tendo o mesmo sentimento  (ARA) / sentindo uma mesma coisa (ARC): é uma forma de repisar aquilo que já foi dito.

Atos voltados para a humildade  (vers. 3):

1 – nada façais por partidarismo/contenda: não fazer algo com o único objetivo de criar caso, ser do contra, favorecer somente o seu próprio grupo.

2 – nada façais por vanglória: não faça nada somente para aparecer, estar em evidência, ser aclamado, o maioral.

3 – por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo: considerar como a serviço do seu irmão; em alguma medida, sempre o outro é também superior a nós em alguma coisa.

Atos voltados para o serviço (vers. 4):

Não tendes cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros: na comunidade cristã, nós não nos achegamos buscando somente o nosso interesse. Nós buscamos oportunidade para servir ao nosso irmão, estarmos atentos às suas necessidades. Não são atos egoísticos que devem nos mover, mas sim atos solícitos.

Questões para meditar:

1 – Você consegue verificar falhas em você mesmo que levam à difucldade de relacionamentos entre os irmãos?

2 – Há em sua comunidade falhas relacionais, de unidade, que você consegue vislumbrar na comunidade em que você congrega?


3 – Que atitudes você deve poderia realizar para minimizar suas próprias falhas e da sua comunidade?

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Murmuradores


Leitura: Números 11

O povo no deserto, por influência do populacho, teve vontade de comer carne, e murmurou a ponto de sentirem saudades do Egito. A ira do Senhor se acendeu contra aquele povo, e Moisés se sentiu fatigado de ter que suportar tamanho peso. O Senhor aliviou o peso de Moisés, ouvindo sua solicitação e depois mandou codornizes no meio do povo, saciando sua vontade de carne, mas também demonstrando sua indignação, matando boa parte dos israelitas. Que lições podemos tirar dessa leitura?

1 – O murmurador nunca tem razão.

O povo se cansou de comer do maná que o Senhor enviava e sentiu vontade de comer as iguarias do Egito. E o curioso é que eles diziam que naquele lugar, em que foram escravos, eles tinham comida “de graça” (vers. 5). Nada mais enganoso. Eles eram escravos, e inclusive, foi por conta de seu sofrimento que Deus os ouviu e os libertou. E agora eles queriam voltar para o Egito!

A murmuração é uma insatisfação da alma que se manifesta por meio de palavras amargas e insensatas. O murmurador não enxerga as coisas como elas realmente são. No Egito eles eram escravos. Agora eles tinham o seu próprio povo, rumavam em direção à promessa e sempre tinham Deus à sua disposição. Assim também nós, muitas vezes, quando cedemos à murmuração, nunca somos justos, sensatos em nossas reclamações. Quando murmuramos contra algo ou alguém, nossas palavras tendem ao exagero.

2 – A murmuração é o fruto de uma alma que não se deleita mais na comunhão com Deus.

Aquele povo tinha Deus à sua disposição. Entretanto, eles disseram: “seca-se a nossa alma” (vers. 6). Ora, Deus sempre estava presente no meio daquele povo (Números 9.15-23). Eles eram guiados de uma maneira surpreendente, como nunca havia ocorrido. Uma nuvem de glória os acompanhava. Entretanto, quando alguém se cansa, ou não dá o devido valor à presença do Senhor, acaba sentindo saudades do Egito. Uma pessoa que perde a comunhão com o Senhor volta a sentir saudades da velha vida. Se volta inclusive contra o estilo de vida do povo santo. Começa a sentir saudades da carne do Egito.

Uma das maiores tragédias da vida espiritual é quando Deus está ali, tão presente, mas a pessoa não consegue mais sentir. Uma alma assim se enche de insatisfação e começa a olhar para trás.

3 – Se você tem alguma insatisfação, você deve procurar diretamente o Senhor.

Foi isso que o próprio Moisés fez (vers. 10-14). Ele estava cansado de carregar todo aquele povo. Entretanto, ele “reclamou” diretamente com o Senhor. Não ficou murmurando pelos cantos.

Parece incrível, mas o Senhor permite que façamos assim. O próprio Deus não gosta que “falemos pelas costas d’Ele”! Isso não quer dizer que devemos blasfemar, ou coisa do tipo, mas podemos rasgar os nossos corações diante d’Ele!

Diga para o Senhor o que você sente! Exponha-se diretamente a Ele! Se você tiver razão, Ele irá te atender, como fez com Moisés. Se você estiver errado, Ele irá te mostrar, como fez com Jonas. De qualquer modo, não deixe de ter comunhão com o Senhor, e falar com ele por meio da oração!

4 – O desejo cumprido do murmurador pode se tornar em pura perda.

Sim, o Senhor deu carne para eles! Mas foi para pura perda (Salmo 106.6-15).  O Senhor fez as codornizes voarem a aproximadamente noventa centímetros do chão. O que menos apanhou carne, ficou com mais de dois quilos. Comeram desesperadamente! A ira do Senhor se acendeu contra eles, e milhares foram mortos!

O Senhor cumpriu o desejo dos insatisfeitos, mas foi para pura perda! Quantas pessoas reclamam tanto de sua vida, ou de outras pessoas, de amigos, do trabalho, do cônjuge, e mal sabem eles que tudo poderia estar muito pior!

Não permita jamais que a murmuração tome conta de ti, a fim de que sua alma não venha a definhar na presença do Senhor! 


fonte da ilustração: http://sombradoonipotente.blogspot.com.br/2012/07/as-codornizes-no-deserto.html